quinta-feira, agosto 31, 2006

Sobre piriguetes e repolitização...

As eleições se aproximam. Como deixar de contemplar com um post essa conjuntura política tão incentivadora do sarro (ou do desespero)? Sim, pois bem. Vinha eu hoje admirando tranquilamente a já típica poluição visual oferecida pelos nossos candidatos... Sempre achei interessantissímo o simbolismo presente na nossa política. Estamos sempre em busca do Messias, daquele cara que vai descer do céu com a revelação e salvar a tudo e à todos. Tanto é que os slogans são todos do tipo "esse é do povo", ou "pela saúde, educação, e contra a corrupção, bla bla bla". É engraçado como somos levados, de um lado, ao individualismo, à um universo semântico ínfimo que nos afasta até mesmo dos mais próximos, e de outro continuamos inertes, olhando pra cima, esperando que venha de lá, verticalmente, a solução para nossas vidas, o que é um claro sinal de ânsia por autoritarismo. Peculiaridades do povo brasileiro... Já deu, e continuará dando, bons estudos.

Mas enfim, esse não era o foco( e como é fácil perder o foco nessa brincadeira de blogar...)! Voltemos à contemplação passiva da nossa singela poluição visual. Vinha eu analisando como aquilo era agressivo. Como se encaixava numa forma de fazer política que ignora a discussão, apresentando verdades prontas aos eleitores sedentos delas. Refletia sobre a falta de politização de nossa política, o que é fato. Enfim, vinha eu pensando um monte de coisas que só devem passar, nesse país, pelas cabeças de loucos que resolvem estudar sociologia, formalmente ou por conta própria. Sentindo-me então isolado do mundo, resolvi olhar pro lado. Busquei uma companhia, ainda que ela se limitasse a um simples olhar amistoso.
Ela devia ter uns 20 e poucos. Estava com uma amiga sentada no banco logo atrás. Nesse exato momento em que buscava eu a bendita companhia, a moça jovem e notoriamente de classe média, virou-se para a amiga e soltou: " Olhe que cara de piriguete dessa loira? Ainda é capaz de ganhar, os homi tudo vota nessa porra!". A Loira "piriguete" era uma candidata.

Poucas vezes me senti tão só no mundo... Olhando a situação com os olhos da Antropologia Simbólica, é fácil perceber que os sinais que me remetiam a uma série de conhecimentos acumulados serviam, para minha colega de banco, apenas de sinal para o significado "piriguete". Mas essa reflexão não me ajudou muito. No fundo, é duro perceber que se debruçar em questões sociológicas hoje em dia é colocar-se, necessariamente, fora do universo semântico da maioria esmagadora da população. Simbolos classificadores do contínuo real são usados diariamente por todos nós. Mas é igualmente duro perceber que "piriguete" ou "homem do povo" são os símbolos usados em decisões políticas, como o voto, no nosso país. Soluções? Não faço idéia.Talvez o ensino da sociologia no ensino médios eja um primeiro passo. Talvez. O certo é que a situação vivida despertou, ainda que por alguns instantes apenas, a vontade de não ver a dureza dessa realidade. De não pensar tanto... É fácil entender porque alguns teóricos do social tiraram as próprias vidas...

Depois de perceber tudo isso, larguei a teoria de lado um pouco. Por alguns instantes, me livrei da sociologia e da ciência política, e quis ser um cara normal. analisei o nível de piriguetedade da cidadã... E não é que a bendita tem cara de piriguete mesmo???

O bom e velho amor...

Falemos de amor!
Sobre esse assunto não seria necessário descrever a experiência cotidiana que me motivou a escrever sobre o tema - na verdade desabafar -, já que o amor é uma categoria onipresente na nossa vida diária. Mas, para que não me entendam mal, digo-lhes que pensei em escrever algo ao ouvir a música que reproduzo abaixo:

É Festa
Intérprete: Simone
Composição: Ivan Lins e Paulo Cesar Pinheiro
Quando a gente ama faz qualquer loucura
Só se pensa em cama, se perde a censura
A alma desembesta, é festa, é festa, é festa, é festa...
Até quando o sol raiar
Quando a gente gosta, gosta de anarquia
Anda descomposta, fica mais vadia
Faz o que não presta, é festa, é festa, é festa, é festa...
Até quando o sol raiar
Ah! Vale tudo na hora da gente amar
E a gente diz coisas que nem ia imaginar
Me lambe, me morde, me arranha, me bate
Ah! Isso não tinha que acabar
Quando a gente ama, ri de orelha a orelha
Faz qualquer programa, o que der na telha
Canta até seresta, é festa, é festa, é festa, é festa...
Até quando o sol raiar
Quando a gente gosta, some do analista
Topa até proposta de ser naturista
Ri de quem contesta, é festa, é festa, é festa, é festa...
Até quando o sol raiar
Ah! Vale tudo na hora da gente amar
E a gente diz coisas que nem ia imaginar
Me lambe, me morde, me arranha, me bate
Ah! Isso não tinha que acabar
Quando a gente ama anda mais risonha
Vira mulher-dama, fica sem vergonha
Traz isso na testa, é festa, é festa, é festa, é festa...
Até quando o sol raiar
Quando a gente gosta claramente assume
E se alguém encosta morre de ciúme
Paga até sugesta, é festa, é festa, é festa, é festa...
Até quando o sol raiar

Bonita poesia, não?
Esse amor descrito é um tipo ideal, no sentido weberiano, e um tipo ideal, no sentido normativo, de juízo de valor, da nossa sociedade. Apesar do consumismo, da ênfase no materialismo, todos nós utilizamos o amor como uma categoria referencial nas nossas vidas, ainda que essa referência possa ser tomada negativamente. Entretanto, como qualquer tipo ideal, no sentido weberiano, esse amor descrito na música não existe em seu estado puro na realidade, ou seja, esse amor, que pelo menos a maioria de nós gostaria de sentir, nunca existiu, não existe e não vai existir. Se chocaram? Eu pareço um pessimista, mas não sou. Essa assertiva tem uma explicação muito simples e, nesse momento, esqueço o pretenso sociólogo, antropólogo ou cientista político ou qualquer coisa que for. Falo, nesse momento, como um ser moral e normativo, no sentido do "dever ser", que sou. Esse tipo ideal, no sentido moral agora, de amor não se tornará realidade pois nos esforçamos tanto para alcançá-lo e para sermos felizes, que nunca o seremos. Vivemos quase que obrigados a sermos felizes e a amar, tanto que quem nunca amou, ou acha que nunca amou, ou qualquer coisa que isso queira dizer, se sente excluído da sociedade, um ser diferente, digno de pena. Um outsider do amor, não é uma coisa engraçada? Mas, quem inventou que devemos ser felizes e amar? Putz, quem foi que nos obrigou a essa corrida tão infeliz e dolorosa? Se sofremos tanto na busca de amar e de ser feliz, não era mais lógico que deixássemos de buscar e, logo, seríamos feliz, porque não sofreríamos? Mas, calma. Estamos ainda no meio da digressão. Passando da busca incessante pelo amor, chegamos ao estágio em que o amor já foi encontrado. Pensariam alguns, que ótimo, agora já posso ser feliz. Mas não, o amor, geralmente, lhes traz mais problemas e sofrimentos do que felicidades, ou pelo menos, a felicidade nunca é plena e constante, é fugaz e incipiente. Só se percebe que estava feliz, quando a felicidade já passou e se está sofrendo novamente. Nunca conseguimos ser felizes no amor, porque esperamos tanto por esse momento que nunca estamos satisfeitos com o resulto. Mas o amor, já diria o poeta que eu não sei quem é e não sei se é poeta ou se é fruto de filosofia de botiquim, não é amor se não houver sofrimento. Eu hein, o amor é mórbido... e complicado. Até escrever sobre ele deixa a gente triste e confuso. Mas, enfim, cheguei a uma conclusão: o amor foi inventado para que sofrêssemos e não que possamos ser felizes, ou melhor, o amor nos deixa felizes, ao nos fazer tristes e, nesse tempo, ocupados com nossos sentimentos particulares - felicidade, amor, sofrimento, desventura, tristeza, raiva, ódio, etc. -, vamos densenvolvendo o nosso individualismo, a obra prima da modernidade ocidental!

terça-feira, agosto 29, 2006

O que é pior?

Começo com uma assertiva básica: Todos os citadinos, ou pelo menos a maioria deles, são "tabaréis" urbanos.
A heterogeneidade de mundos tanto físicos, no sentido espacial da palavra, como simbólicos e culturais, faz com que as pessoas percam a dimensão da sua cidade. As pessoas não conhecem a sua cidade e viajar dentro dela, mutatis mutandis, pode ser comparada às viagens dos primeiros "antropólogos", em busca do exótico. Não acredito que seja necessário chegar àquela viagem do xamã proposta por DAMATTA. Aquela em que o estudioso viaja para dentro dele mesmo, na tentativa de transformar o familiar em exótico. Na cidade "grande" e "complexa", qualquer pessoa criada num bairro de classe média ou criado num bairro popular que se ache no contexto totalmente oposto terá, num tom de hipérbole, quase que a mesma impressão de Colombo, ao ver os índios, salvo a exceção de que essas pessoas, provavelmente, já viram esses mundos diversos na televisão. Se não fosse a televisão ou o imaginário coletivo, não seria necessário aquele mutatis mutandis ali em cima.
Mas, vamos ao tema desse post. O que é pior, um citadino da classe média que ignora o restante de sua cidade por não precisar dela em nenhum momento ou um citadino de classe média esclarecido (igual aos déspotas) pelo conhecimento sociológico, mas que continua ignorando a realidade social cotidiana do restante da sua cidade?
Vejam o que escrevi em um diário de campo quando fui a primeira vez a um dos bairros populares em que estou trabalhando:
"O que vimos foi um mar de casas disformes e amontoadas, dando a impressão de um verdadeiro mar de pobreza."
"Essa segunda visita nos mostrou também que a impressão que tivemos na primeira visita foi exagerada em se falar de um mar de pobreza. A área possuía várias ruas asfaltadas, casas de bloco, de certa forma consolidadas e possuía também um pequeno edifício bem estruturado. A despeito dessa consolidação, é possível considerá-la uma área popular de invasão pela própria arquitetura das casas, com quatro pilares chamados de palito e com uma construção fechada, chamada de caixão. Além disso, a falta de espaços, de áreas verdes e a verticalização revelam também características de maior pobreza do lugar."
Falando do segundo bairro:
"Descendo essa rua, avistamos algumas casas disformes, feias e superpostas nas encostas. Entretanto, nessa área o seu número era menor. Na verdade, nas áreas percorridas, presumi-se que as áreas antes consideradas invasões, devido à própria luta da comunidade, foram melhorando aos poucos e não têm mais aspectos do que geralmente se entende como favela, ou seja, em todo o caminho percorrido não avistamos nenhuma invasão ou favela tão grande, talvez pela topografia e tamanho do lugar, que favorece a dispersão das invasões."
"Na volta, refletimos e compreendemos que o próprio estigma criado pela sociedade nos fez pensar que íamos encontrar grandes favelas, o que não ficou claro, pelo menos nos lugares onde andamos."

O que é pior, portanto, o etnocentrismo da classe média que ignora o seu meio circundante, estigmatizando os pobres como classes perigosas e as favelas ou invasões como o reduto do crime organizado ou o estigma materialista de uma classe que se julga intelectual e que acha que as novas formas do desenvolvimento do capitalismo tendem uma produzir maior polarização social?

domingo, agosto 27, 2006

Quando nem o meu horror é meu só...

Eu odeio hospitais. A explicação para tal sentimento pode tomar vários caminhos. Gosto, particularmente, de dois. Um seria considerar uma inclinação natural: as pessoas vão a um hospital quando não estão bem, logo, o instinto de preservação manda fugir deles, enquanto é possivel. Mas essa explicação é por demais genérica e acaba me remetendo a um sentimento de não-exclusividade em relação aos que me cercam, e isso em uma sociedade capitalista dos "seres individuais", e do "estilo próprio", pode me levar a um suicídio. O outro é mais subjetivo ( e, felizmente, me parece mais "individual"): tenho horror a climas tensos, de qualquer espécie. Não é medo da morte, não mesmo. Isso seria natural demais, também. Eu não suporto o limite entre o sofrimento e o alívio, intríseco a qualquer ambiente de tensão. Prefiro sofrer logo, ou aliviar-me logo. Alguém poderia dizer que a tensão já é uma maneira de sofrer, e que todo mundo sofre com a tensão, mas eu não consigo sofrer enquanto estou tenso, e me apego nesse mínimo detalhe que eu mesmo forjei pra assegurar minha individualidade. Sim, eu sou humano. Mas só naturalmente humano.
Bem, acontece que, dia desses, vindo da faculdade, recebi um chamado de emergência familiar. Não interessa entrar em detalhes. Interessa que tive de ir a um hospital. Classe média, arrumadinho. Até o cheiro característico era bem disfarçado. Enfim, resolvi aproveitar a situação inevitavelmente desagradável e fazer algo de útil. Comecei a observar pessoas que, notadamente, eram frequentadoras assíduas daquele ambiente. Foi ficando engraçado... São pessoas obviamente debilitadas, algumas com a morte a bater na porta. Contudo, o que menos se vê é tristeza, ao menos tristeza exposta. Para além das conjecturas possíveis, achei relevante a familiaridade que aquelas pessoas têm com um ambiente que a mim me parecia tão assustador. Elas passeiam pelos corredores, brincam com os funcionários, comemoram os gols da Copa do Mundo em frente à tv. E aos poucos meu horror foi se transformando em curiosidade, e depois, em conformismo. Pensei cá com os meus botões, " o próximo passo é tranformar esse conformismo em felicidade!". Quis correr. Meu tão peculiar ódio por hospitais estaria indo embora. Depois, passado o susto, ri sozinho lembrando de umas aulas de antropologia. Bastaram algumas horas pra que eu tranformasse aquele ambiente confuso em um conjunto ordenado de idéias e conceitos e, ao perceber que quase ninguém "sofria" ali, o horror que parecia ter raizes naturais - ou apenas individuais -, sumiu. A interação social o fez desaparecer. Quando dei por mim, já estava quase gostando do lugar, das companhias... A conclusão óbvia é que aquele horror outrora citado como só meu, ou apenas um vestígio de instinto de sobrevivência, não poderia desaparecer assim, sendo um ou outro. O horror era cultural, e pautado num preconceito. Portanto, nunca fora só meu!
O ser humano é absurdamente anti-natural. Como pode, algum ser vivo, se divertir num hospital? E, afinal, como pode um terror, o mais evidentemente natural, ser desmascarado, simples assim, como um preconceito socialmente forjado? O temor que quis que fosse exclusivamente meu, é social e culturalmente construído? Definitivamente, antropologia não combina com os tempos de "Malhação", MTV e RBD. Eu quero ser exclusivo. Eu quero ser eu mesmo! Eu quero ser só naturalmente humano! Mas a antropologia não deixa. Ah, que saco! Vou dormir, pra esquecer...

Boas surpresas que os encontros nos proporcionam!

Quero começar com uma agradável surpresa que tive na sexta passada e que me motivou a fazer esse blog. Digo agradável no sentido moral e político do termo. Digo político no sentido moral e essencialmente relativo a valores, embora a ação instrumental já tenha tomado quase todo o terreno da ação comunicativa e simbolicamente mediada, fazendo com que a política hoje seja mais gerida em termos de uma ação racional com relação a fins do que com relação a valores. A política passa, cada vez mais, a ser guiada pelo sujeito auto-interessado, se é que sempre não foi guiada por ele. Mas, ideologias ou idealizações, não é esse o tema a que me dedico nesse momento. Quero compartilhar com vocês a agradável surpresa que tive neste dia. Estava fazendo algumas entrevistas em um bairro popular de Salvador para a minha monografia de fim de curso. Pois bem, comecei a entrevistar uma senhora dentro de sua casa e a sua filha, algumas vezes, dava suas opiniões a resposta. Em termos de estrutura urbana, a casa não era deficiente. Apesar de auto-construída, a casa era verticalizada e parecia ser de boa qualidade. Entretanto, o conteúdo social da casa, era sim, relativamente precário. A família, ou grupo doméstico, para os que preferem, é composta por 11 pessoas. O responsável pela família é o marido da senhora descrita. Ele só concluiu o primário e é pedreiro, tendo, entretanto, carteira assinada e ganhando um salário mínimo por mês. A senhora estudou até a 8º série e realiza os afazeres domésticos. Essa filha que estava em casa tem 18 anos, é casada, tem dois filhos, estudou só até a 8º série e está desempregada, tendo sofrido críticas da mãe quando respondeu que estava procurando emprego. O comentário da sua mãe foi instantâneo: "Como procura emprego se acorda e fica aí na frente da televisão?". Mas, essa descrição ainda não é o objetivo desse post. Apenas a realizei para mostrar o conteúdo social dessa família e a média, por assim dizer, do capital cultural e educacional da mesma. O que me chamou mais atenção foi quando perguntei a essa senhora se achava o bairro dela violento. Ela pensou um pouco e disse que não. Todavia, sua filha falou imediatamente: "É claro que é violento, mainha é "loura"." No popular, a filha acabara se chamar sua mãe de burra. Educadamente, a senhora terminou de responder a pergunta, concordando com a filha, ainda meio duvidosa. Depois de ter respondido, se voltou para a filha e disse: "Olhe, nunca mais diga isso! Eu posso ser burra, mas sou negra!".
Essa reposta tão rápida e espontânea me impressionou, pois mostrou que essa senhora tem tanto orgulho da sua raça (ou etnia?) que quis marcar ali mesmo para a filha e para nós. Por acaso, será coincidência que, ali perto, exista um terreiro de candomblé do qual essa senhora faz parte? Digo, esse terreiro, além de reafirmar os valores da matriz africana da cultura brasileira, realiza trabalhos sociais e distribui alimentos no bairro, sendo vinculado a uma ONG que faz parte do Conselho de Segurança Alimentar, vinculado ao Fome Zero. Mesmo não sendo nem um pouco integrado as linhas de estudos raciais e obtendo meu conhecimento com terreiros apenas dessa experiência cotidiana, percebo que esse terreiro representa um verdadeiro capital social para essa comunidade popular, periférica e sub(urbana) no sentido literal da palavra. Esse capital social, fruto da articulação em uma rede social de solidariedade e confiança, conseguiu suprir o diminuito capital cultural familiar, pelo menos nessa questão de identidade racial. Digo suprir, pois era de se esperar que uma identidade racial tão forte surgisse de uma família ou de uma pessoa com um capital cultural maior, por assim dizer. Ou será que estou sendo preconceituoso e etnocêntrico? (Espero críticas)
Raciociando a posteriori, e após ter escrito esse post, vi que a minha surpresa foi a mesma que tive quando percebi que os bairros populares não eram favelas desorganizadas e miseráveis, tal qual estava esperando quando lá entrei pela primeira vez para realizar os trabalhos de campo.
Cenas dos próximos capítulos: Etnocentrismo da classe média urbana e o tabaréu urbano!