domingo, setembro 17, 2006

Sobre violência... e drogas...

Em minha experiência de trabalho de campo em uma rua (demarcada muito bem pelos moradores) atrás de uma área de tráfico de drogas muito conhecida, deparei-me com algumas questões interessantes. A vida lá, realmente, não é tão violenta quanto esperava ou como vemos nos noticiários televisivos e de jornais. A vida, como em qualquer outro bairro, segue seu rumo. As pessoas saem e chegam de madrugada e nada lhes acontece, divertem-se nos bares, conversam em frente as suas casas e deixam, durante o dia, a porta de suas casas abertas. Não é interessante?
Entretanto, constatei a partir das entrevistas, como o fato de haver um pico de tráfico de drogas próximo à área delimita as relações de sociabilidade dentro do bairro. Essa característica muda completamente a vida cotidiana das pessoas. Lembro-me bem quando perguntei a uma senhora se o bairro era violento. Ela me respondeu que para os "trabalhadores" não, pois os "vagabundos" os conheciam e respeitavam. Entretanto, ela deixou claro como o tráfico e as consequências imediatas do mesmo moldam as suas vidas. Ela disse que a vida lá é um perigo constante, pois eles sempre estão no meio da linha de tiro. Essa linha de tiro pode ser um conflito dos traficantes com a polícia ou um conflito entre gangues rivais, o que não é tão difícil de acontecer. Além disso, vemos que a presença da polícia no bairro, ao invés de fazer as pessoas sentir-se protegidas, faz com que elas sintam-se mais tensas, pois o tratamento do policial para com os moradores de uma área popular e ainda por cima próximo a um pico de tráfico é baseado no estigma e no pré-julgamento. É claro que esse comportamento não é consequência absoluta do tráfico de drogas e remete-se ao grande poder discricionário que os agentes da lei têm e isso nos remete a um problema estrutural da instituição policial.
A primeira conclusão desse post é a seguinte: embora a violência não reine nos bairros populares como se eles vivessem no estado de natureza hobbesiano, o tráfico interfere, e muito, nas suas relações de sociabilidade, fazendo com que, inclusive, a rua em que eu esteja trabalhando tenha tanto cuidado em se afirmar com um nome diferente da área do tráfico e chame uma outra rua que liga essas duas áreas de fronteira.
Quero voltar o objeto dessa postagem para a questão do tráfico em si. Como qualquer relação comercial, imbuída de uma organização racional, o tráfico está regido pelas leis de mercado mais puras, uma vez que não tem condições de ser regulamentado pelo Estado. É óbvio, entretanto, que sempre há uma regulamentação do Estado, seja pelo grande poder discricionário dos policiais que apoiam o tráfico, ou pelas propinas da polícia federal ou pela incapacidade do Estado de controlar suas fronteiras. Tomando o conceito de política pública como aquilo que o Estado faz ou deixa de fazer na realidade social, o tráfico poderia ser considerado uma política pública do Estado brasileiro. Mas isso é uma outra questão.
Mas, de uma maneira geral, o tráfico segue linearmente as leis do mercado. Quando há mais bocas, o preço diminui e aí advém dos conflitos entre as gangues. Quando há mais compradores, a droga provavelmente aumenta de preço e assim por diante.
O que quero dizer é, em que medida os usuários não financiam o tráfico? Para mim está claro que quem financia o tráfico são os usuários e eles podem ser de todos os tipos, negros, brancos, homens, mulheres, ricos, pobres, classe média, socialmente conformados, politicamente orientados etc. Não quero com isso dizer para as pessoas que parem de usar drogas para que o tráfico acabe, por um simples fato. As pessoas nunca deixarão de usar drogas e o tráfico também nunca deixará de existir. Acho apenas extremamente leviano ou romântico, para não dizer hipócrita, que as pessoas continuem usando drogas sem achar que contribuem para o tráfico.
Segunda conclusão: É hiprocrisia dizer que usa drogas, mas que não financia o tráfico.
Os usuários, principalmente de maconha, reclamam que têm de recorrer ao tráfico se quiserem fumar porque não podem plantar em casa e, além do mais, comprar é mais fácil, pois você pode ter a droga na hora em que quiser, mas plantar, tem que esperar toda uma série de detalhes para pode fumar. Isso, para mim, é mais uma atitude de fuga, porque se você não corre o risco de plantar, porque é proibido e você pode ser preso, você repassa esse risco para alguém.
Terceira conclusão: Para que você use sua droga e fique muito doido, outras pessoas estão correndo o risco de serem presos e outros riscos mais no seu lugar.
Essa postagem, companheiros, não tem um cunho moralista, não é isso. Mas tem um cunho de compreender o funcionamento verdadeiro, cotidiano, da base da nossa sociedade. Todas as nossas atitudes, embora sempre haja instâncias extremamente coercitivas de poder, geram consequências para a realidade social, construindo, cotidianamente e interacionalmente, uma nova estrutura social.
Nesse momento, eu retorno à questão da sociabilidade esboçada no início. O uso de drogas gera uma série de consequência para as comunidades onde os traficantes decidiram se instalar. É claro que para a microestrutura desse bairro, o tráfico não traz apenas consequências negativas, no sentido normativo do termo, mas também consequências positivas. O tráfico pode trazer uma série de melhorias para o bairro que o Estado não conseguiria fazer. Ele pode trazer renda para famílias que passam fome e, assim, contribuir para uma relativa melhoria das condições de vida de um bairro. Mas, ele traz também uma série de consequências negativas para o mesmo, desde o medo recorrente, até uma segmentação interna que manipula as relações de sociabilidade local e um estigma da sociedade ampla para com os moradores da área.
Em um exercício de imaginação sociológica, poderíamos fazer conjecturas sobre a extirpação do tráfico de drogas da realidade social brasileira (não quero entrar na questão da legalização, pelo menos aqui), e aí vocês me perguntariam: Trouxe mais consequências positivas ou negativas para a microestrutura local e para a sociedade ampla? Eu, sinceramente, não saberia responder...
Por fim, vocês poderiam me fazer mais duas perguntas: É por isso que você não usa drogas ilegais? Não... E, se você fosse usuário de alguma destas drogas, deixaria de usar por causa deste raciocínio? A resposta também é não...

12 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Concordo com o texto. E, pensando um dia desses sobre este assunto, passei a ser contra a descriminalização do uso de drogas: ora, a classe média pode usar mas os miseráveis não podem vender? Ou descriminaliza tudo ou criminaliza tudo! E vamos fumar maconha brindando à saúde do mercado mão-invisível das drogas!

3:35 PM  
Blogger Fernanda Furtado said...

Rafael,

O mais interessante do post não é o raciocínio que você desenvolveu, mas o fato de você afirmar que ele não interfere nas suas ações.

7:42 PM  
Anonymous Anônimo said...

Fernanda, realmente não uso drogas ilegais por causa do raciocínio que empreendi nesse post. Não quis também ser moralista ao extremo e dizer que vamos parar de usar drogas porque compreendemos as conseqüências destes atos. Eu não poderia dizer se deixaria de usar drogas por causa desta compreensão, porque eu não uso. Mas, acho que se gostasse não deixaria de fazer - tento nao ser hipócrita também - porque somos egoístas e sempre achamos que os culpados ou responsáveis são os outros, o coletivo ou o Estado. É aquele raciocínio, "não vai adiantar nada, se eu fizer sozinho". Mas, isso não impede que eu raciocine sobre os meus atos e o dos outros. Isso é uma prova óbvia do individualismo em que vivemos. Estamos mais preocupados com nossos prazeres momentâneos do que com questões mais amplas. Estamos no tempo do esfacelamento das grandes ideologias e dos grandes grupos. Vivemos atomisticamente, pelo menos na lógica do prazer. Só acho que não perdemos nada, ou melhor ganhamos muito, ao compreendermos as consequencias dos nossos atos e é para isso que serve as ciências sociais, pelo menos no que eu entendo como ciências sociais. Mas, gostaria de saber a sua opinião: O que você achou do meu raciocínio no post? Tem lógica ou é falso moralismo?

9:09 PM  
Blogger Fernanda Furtado said...

Rafael,

Tem lógica sim, mas não deixa de soar como algo que a gente está acostumado a chamar de moralismo. É claro que toda ação tem uma consequência, mas acho que já passou o tempo de discutir quem sustenta o tráfico. Eu já ouvi traficantes dizendo que no dia em que a polícia acabar, o tráfico acaba. O tráfico existe porque há demanda, mas só consegue existir com a conivência de um sistema maior. Acho que, uma vez que os seres humanos usam e sempre usaram drogas, é tempo de aceitarmos isso como uma fato e trabalharmos com essa realidade, não tentarmos inventar uma outra. É muito fácil dizer para o usuário de maconha que ele sustenta o tráfico (e de fato ele sustenta) quando nós podemos sentar no bar e tomar nossa cerveja com todo conforto e segurança, sabendo que a ANVISA e não sei mais quem estão garantindo a qualidade do que nós estamos consumindo, e que várias pessoas vivem do dinheiro honesto dessa indústria. Pelo mesmo argumento de Felippe, acho a descriminalização do uso injusta se tudo pára por aí. Não podemos ter dois pesos e duas medidas, mas nem por isso temos de ficar nessa situação atual. Acho que você provavelmente vai concordar comigo, e nem acho que em seu post você diga qualquer coisa contrária ao que eu estou dizendo agora, são apenas recortes diferentes.

Bjos

10:16 AM  
Anonymous Anônimo said...

Fernanda, concordo plenamente com você, discordando, contudo, na sua afirmativa de que já passou o tempo de discutimos que financia o tráfico. O quero é chamar a atenção para aquilo que Murilo nos colocou sobre a questão do novo e que o novo aparece pontualmente numa interação, ou seja, tomos podermos ser os agentes do novo em nossas interações. Não quero retornar à fábula moralista do beija-flor, porque todos sabemos que ele morreu queimado. Mas, acho muito fácil culpar o sistema maior por tudo o que acontece, sendo que nós somos o sistema. A estrutura social é uma estrutura feita por indivíduos. Eu sou um pessimista como Felippe, mas sempre fui um realista a ponto de achar que temos que jogar com o que está dado, mas sempre vislumbrando a possibilidade do novo. Acho muito mais moralismo das pessoas que usam drogas e dizem que isso não alimenta o tráfico. Não apenas moralismo, como fuga. Não só, é óbvio, mas também. Eu quis apenas fazer um recorte que mexesse, realmente, com as pessoas, para que o diálogo e o debate fosse feito, pq acho necessário pegar onde dói mais, pois só assim podemos ser mais conscientes, pelo menos um pouco. E essa última frase não teve um cunho moralista, mas um cunho de conhecimento, acho que me entende nessa questão. E eu tb faço a minha mea culpa, eu tenho milhares de comportamentos que contribuem, e muito, para a estrutura como ela se mostra hj, seja ela política, econômica, comportamental etc.. É óbvio, todos contribuímos. Enfim, o sistema maior é o maior responsável, mas nós somos o sistema maior, porque o formamos enquanto coletivo. Entretanto, as esferas de poder existem e as coerções não nos deixa atuar de forma tão voluntarista o quanto achamos que podemos... Gostaria de criar mais discussões, mas apenas você e Felippe me responderam... É uma pena. Mas, valeu! bjs!

1:01 PM  
Anonymous Anônimo said...

Esclarecendo: Eu não quis dizer para que as pessoas parem de usar drogas pq elas são as culpas, as vilãs da história. Quis dizer que, como cientistas sociais, temos que ter noção de como a estrutura social funciona e que nós somos parte dela, para o bem e para o mal!

1:13 PM  
Blogger Fernanda Furtado said...

Eu entendi totalmente, completamente o seu último ponto. Mas é uma pena mesmo não termos mais pontos de vista nessa discussão.
bjo.

4:52 PM  
Anonymous Anônimo said...

Galera, se me permitem...

Rafael, é obvio que a sua posição aqui é moralista. Mas esse fato, em si, não é censurável. A Fernanda disse que há tráfico enquanto há demanda. Muito bem! Discutir quem financia o tráfico e de se o faz de forma hipócrita ou não é irrelevante. Quem financia o tráfico é a nossa sociedade. Porém, em minha singela opinião, o problema, o cerne da questão reside em outro lugar, seja:

O que as drogas representam para a nossa socidade?

1 - Drogas ilegais e drogas legais: a distinção é arbitrária e compete ao Ministério da saúde. Há uma lista que é preenchida e modificada a qualquer hora, a revelia de todos nós (e das indústrias?)... Por isso vender maconha é tráfico, quando vender álcool não é...

2 - Quase todas (ou mesmo todas, não sei) as sociedades e culturas do mundo e da história mantiveram e mantêm alguma relação com substâncias entorpecentes. Nas ditas sociedades primitivas essa relação era norteada pelo "sagrado", tratava-se de uma experiência espiritual. Na nossa sociedade ocidental - especialmente nós aqui, europeus mestiços no desterro - a relação com a droga é doentia. Nas outras culturas a droga servia de para estimular a participação na sociedade. Na nossa cultura, a droga serve para nos ajudar a fugir de nossa sociedade...

Então acho que o problema, muito bem abordado por você, está além do tráfico ou da "moral social" de se buscar culpados para uma situação de semi-caos:

O problema está em nós, que somo - querendo ou não - parte e resultado dessa sociedade dodentia, dessa cultura decadente que torna as drogas um fator de fuga, de morte e de crime, sendo o suposto prazer provocados por elas precisamente a sensação de afastamento de uma sociedade doentia.

11:01 AM  
Anonymous Anônimo said...

Companheiro anônimo - e é uma pena continuar sendo anônimo -, discordo de que minha abordagem seja moralista. Não coloquei ninguém em posição de culpa e não disse em momento nenhum que usar drogas era errado. Disse apenas que quem usa droga é responsável também! Ele é parte necessária da cadeia mercadológica! Apesar disso, não disse que o diálogo ou a análise de "causas x consequências" deva partir ou parar ou ser apenar a partir desse viés. Esse texto não foi gestado com uma perspectiva moralista, mas, e principalmente, compreensivista!

3:11 PM  
Blogger Fernanda Furtado said...

Querido Anônimo,

Como você mesmo disse, a distinção entre drogas lícitas e ilícitas é arbitrária. Não acredito que uma relação "doentia" com qualquer droga possa ser explicada apenas como um fenômeno social, isso sim é moralismo para mim - acreditar que a forma de alguém lidar com o mundo seja um tipo de patologia social. E vamos lembrar que a dessacralização do uso de drogas não abole nem a ritualização do mesmo nem a produção do êxtase.

Para alguns teóricos, o uso de drogas ilícitas em nossa sociedade moderna e ocidental não é uma fuga, um afastamento da nossa sociedade, mas sim uma aproximação, um encontro com o mundo,a retomada da experiência corporal negada pelo processo de normalização do corpo. É apenas uma outra forma de produção de corpos que faz tão parte da nossa sociedade como aquela que nega a corporalidade das experiências, e por isso mesmo não pode ser uma fuga, ainda mais uma fuga de uma sociedade doentia.

Nesse ponto talvez alguns colegas discordem de mim, mas eu não acredito em sociedade doentia. Se você quer ser parte de uma sociedade doentia seja você. Eu prefiro fazer parte de uma sociedade complexa, onde articulamos diversos modos de viver diferentes; onde eu posso articular os códigos de indivíduo e pessoa em um só: meu conteúdo só vale se tiver um nome no fim do argumento. Mostre-se ou não serei capaz de compreendê-lo com as minhas categorias.

3:54 PM  
Anonymous Anônimo said...

Fernanda e Rafael,

** Confesso que meus argumentos não foram muito além da superfície. Também esclareço q este é meu último comentário (me interessei pelo assunto, porém, não quero deixar de ser anônimo, e entendo que num forum aberto isso tem efeito negativo, seria injusto, portanto...

Bom,
Fernanda,

Confesso que dizer que a “sociedade” é doentia soa algo apocalíptico - coisa que não sou – e nos faz incorrer em generalizações vazias. Eu devia ter dito que há aspectos doentios em nossa sociedade, o que implica que há também aspectos positivos. Sou parte dessa sociedade que critico, e antes, fruto dela – já acusei isso. Mas gosto de viver...
Bom, a medida que nos civilizamos e avançamos no campo tecnológico, muita coisa mudou. Surgiu a moral, ou as morais, a cultura, a arte, a ciência, a razão... o computador..rs. Tudo isso gerou a “sociedade complexa” a qual você, muito acertadamente, se referiu. Nessa mesma sociedade complexa (e falemos da urbana, posto que somos nós, aqui, urbanos) verifica-se tantas mazelas de cunho social, como a pobreza, a fome, o distanciamento dos entes sociais entre si, a psicopatia (que é um fenômeno exclusivamente urbano)... o que nos leva a crer que os aspectos doentios são reais e bem reais. O capital como manto invisível a recobrir tudo, tornando-se a referência básica até mesmo nas religiões, nos relacionamentos, na medicina, na ciência... tudo perpassa por ele. A AIDS não tem uma cura, mas tem uma indústria... São tantas coisas (as coisas boas basta que a sintamos, não acho necessário cita-las pois não estão em questão aqui)... Em suma, eu não quis dizer que o uso de drogas é uma experiência negativa. Eu quis dizer que, a partis do momento em que tal uso é recriminado socialmente, de forma criminal, ele é essencialmente contra tudo o que é socialmente estabelecido. Portanto, o uso é um fatp social, mas não necessariamente uma afirmação social (como você colocou: “Para alguns teóricos, o uso de drogas ilícitas em nossa sociedade moderna e ocidental não é uma fuga, um afastamento da nossa sociedade, mas sim uma aproximação, um encontro com o mundo”.) . Isso corrobora o que eu disse: o uso de drogas (ilegais) traz um encontro com um mundo, porém com um mundo proibido, censurado socialmente, já que as drogas são proibidas. ... Mas a discussão foi produtiva – vê-se que absorvi muito de seu argumento.

Caro Rafael,

Deixemos a moral de lado, posto que a vida não é excogitação da moral. Exagerei quando julguei sua posição. Mas você diz que “quem usa droga é responsável também! Ele é parte necessária da cadeia mercadológica!”... Responsável pelo que? Pelo tráfico e conseqüentes mortes dele geradas? É complicado avaliar a responsabilidade, porque só existe tráfico do que é ilegal. O paradoxo é que, como disse a Fernanda, a droga é ilegal mas tem grande demanda. Não está na hora de julgar os fundamentos da questão, e não só suas imediatices?
Numa sociedade cuja lei proíbe algo tão buscado há contradições óbvias...

Abraço a todos

P.S. lerei as tréplicas, mas não responderei.... mas já pude ver que, pelo nível da conversa, tais tréplicas me serão muito proveitosas e aprenderei com elas.

5:05 PM  
Anonymous Anônimo said...

Confesso que meu raciocínio aparenta ser dirigido pelo individualismo metodológico, embora, quem compreende a questão, sabe que não é. Confesso também que, quando escrevi o texto, tive a intenção explícita de ser polêmico e de pegar no "ponto fraco", por assim dizer. Sei que pessoas que tem uma espécie de "compromisso social" ou uma compreensão salutar da sociedade, se sentiriam ofendidas com o texto. E o termo ofensa, compreendo como uma ofensa moral, sim, mas produzido por uma discussão intelectual, ou pseudo-intelectual, o que signfica que quis gerar debate. É óbvio que meu argumento é utilizado sempre pelos meios de comunicação e pelo "Globo Repórter" e que, fora de um ambiente onde eu tenho certeza de falar a mesma língua que os participantes, ele poderia ser muito perigoso, uma vez que criminalizar e culpar o usuário é muito mais fácil. Eu não procurei um responsável ou um culpado, como já disse, quis apenas abrir um pouco mais o leque, sem cair nas imediatices, porque não fiz um raciocínio "causa x consequência", mas um raciocínio compreensivista, na medida em que, como bem falou, todos nós somos produtos e agentes da nossa sociedade. O germe das mudanças - olha que coisa linda! rsrs -, está em nossos atos coletivos, embora seja óbvio que o fim do consumo não é o caminho para o fim do tráfico! Abraços. Quanto ao nome, prefiro que continue discutindo e dialogando, mesmo sem se identificar. Gostei das intervenções!

7:40 AM  

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